terça-feira, 9 de junho de 2015

Altamiro Borges: HSBC ajuda sonegador e demite bancários

HSBC ajuda sonegador e demite bancários


Por Altamiro Borges


O banco britânico HSBC, que montou um sofisticado esquema criminoso para
beneficiar sonegadores ricaços de vários países – inclusive do
Brasil –, anunciou nesta terça-feira ((9) a demissão de
50 mil trabalhadores de suas agências no mundo inteiro e o encerramento
das suas atividades no Brasil e na Turquia. Segundo as agências
internacionais de notícias, estas mudanças abruptas visam "reduzir os
custos operacionais" em US$ 5 bilhões e capitalizar a instituição
financeira, que sofreu forte desgaste com a descoberta dos golpes da sua
filial suíça – no escândalo já conhecido como Swissleaks.
O impacto dos cortes será drástico no Brasil, onde o
banco britânico é hoje o sexto maior em ativos, possui 853 agências
focadas na tal "clientela de alta renda" e emprega 21.479 bancários. O
HSBC ainda é proprietário da financeira Losango, que financia compras na
agência de turismo CVC e nas lojas Hering e Colombo. Moral de mais esta
história podre do capitalismo: 
1- O banco monta esquemas criminosos para beneficiar bilionários, que
sonegam impostos e remetem ilegalmente a grana para contas secretas na
Suíça. 
2- Além de empresários e celebridades globais, o esquema beneficia traficantes de armas e drogas e outros larápios. 
3- A imprensa rentista oculta totalmente o escândalo – que inclusive
envolve alguns barões da mídia e alguns jornalistas de renome. A lista
dos sonegadores brasileiros segue nas mãos de serviçais do UOL e do
jornal O Globo, que mantêm total segredo das maracutaias.
4- O HSBC corta "custos operacionais" e mantém os altos lucros dos
banqueiros. No caso do Brasil, já há boatos de que suas operações serão
negociadas com o Bradesco ou Itaú.
5- E quem paga a conta por toda esta sujeira são os trabalhadores, que são demitidos sumariamente.  
Em tempo: Ao noticiar as "mudanças no HSBC", o jornal Estadão  que está totalmente endividado e é refém dos banqueiros  ainda
teve a caradura de culpar o governo Dilma pelo encerramento de
suas atividades. "A pequena abertura do Brasil ao comércio internacional
e a falta de escala no mercado brasileiro explicam a decisão do HSBC de
deixar o Brasil", afirma o diário nesta terça-feira. Ainda deu espaço
para o bandido Stuart Gulliver, executivo-chefe do HSBC, que criticou o
Brasil e elogiou o México colonizado e neoliberal. "Brasil e Turquia são
economias mais fechadas... O quadro é diferente no México, onde a
economia é aberta, há 11 reformas em curso e está ligado aos EUA". 

O Estadão sequer citou o escândalo do Swissleaks ou os traumas
decorrentes dos crimes do HSBC em outras partes do mundo. Haja
servilismo diante dos agiotas financeiros e complexo de vira-lata.