sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quilombola marcado para morrer

Do jornal Vias de Fato:


Uma semana depois de denunciar que o poço da comunidade em que mora foi criminosamente envenenado, o Sr. José da Cruz, liderança quilombola de Salgado, Pirapemas-MA, denuncia que dois pistoleiros foram até o quilombo para matá-lo, seu José só escapou porque não estava em casa.
No dia 16 de dezembro, seu José da Cruz acompanhado de José Patrício outro morador do quilombo de Salgado, participaram em São Luís, de uma entrevista coletiva realizada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB, onde foi denunciado que no dia 04.12.2011, os dezoito animais que ele criava para seu sustento, foram envenenados e mortos, e que no dia 14.12.2011 o poço que a comunidade utiliza foi envenenado para matar quem bebesse da água.
Os trabalhadores rurais trouxeram mostra da água para análise e os depósitos de veneno encontrados dentro do poço.
Os acusados de toda essa violência são dois homens – Ivanilson Pontes de Araújo e seu pai Moisés Araújo que desde 1982 travam um conflito possessório com a comunidade. Em outubro  de 2010, o juiz da Comarca de Cantanhede concedeu manutenção de posse em favor das famílias, no entanto, os dois acusados insistem em desrespeitar a ordem judicial.
Durante a entrevista coletiva, José Patrício denunciou que Ivanilson o teria ameaçado dizendo que se ele e outros moradores da comunidade continuassem a fazer roças iriam “pagar caro” por isso.
A situação é ainda mais preocupante, porque há dois dias a delegacia de Pirapemas está fechada e os quilombolas não conseguem registrar qualquer ocorrência policial. Além de tudo isso, o escrivão de polícia foi visto dirigindo o carro de um dos acusados.
Comunidade quilombola de Itapecuru-Mirim, Maranhão. (Foto: Fórum Carajás)

Hoje na História: 1852 - Morre Louis Braille, o inventor do alfabeto para cegos


Com apenas 16 anos, francês já era professor de diversas disciplinas em um colégio para deficientes visuais


Louis Braille morre em 6 de janeiro de 1852, aos 42 anos, vítima de tuberculose. Seus restos mortais seriam transferidos um século mais tarde para o Panthéon de Paris, aonde estão personalidades homenageadas pela França.
WikiCommons

Nasceu em 4 de janeiro de 1809 em Coupvray, uma pequena cidade a leste de Paris. Aos 3 anos, quando brincava com uma tesoura de cortar couro na oficina de selaria de seu pai, feriu-se gravemente num dos olhos. Após alguns meses, o outro olho seria contaminado e o pequeno Louis perderia completamente a visão.
Freqüentou a escola da cidade e depois, aos 10 anos, foi admitido no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris. Passaria ali 24 anos de sua vida, primeiro como aluno e depois como jovem professor de 16 anos. Aplicado, inteligente, trabalhador e tenaz, foi lá que produziu seu alfabeto enquanto Lecionava uma enorme gama de disciplinas.
Em 1821, o capitão Nicolas Barbier de la Serre apresenta à instituição seu sistema fonético em alto-relevo, a “escrita noturna”, um útil instrumento ao exército em locais com pouca luz. Braille, então com apenas 12 anos, propõe aperfeiçoamentos à técnica e, em 1824, apresenta seu próprio sistema alfabético.
Redige um procedimento para escrever palavras, música e o canto gregoriano por meio de pontos dispostos pelos cegos. O sistema Braille nasce oficialmente com a primeira edição desse processo em 1829. Uma segunda edição viria a público em 1837 com a introdução de melhoramentos. O sistema está em vigor ainda nos dias de hoje.
Sendo um sistema eficaz, tornou-se, por fim, popular. Hoje, o método simples e engenhoso elaborado por Braille torna a palavra escrita disponível a milhões de deficientes visuais graças aos esforços que aquele rapaz empenhou há quase 200 anos.
O braille é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Cada célula braille permite 63 combinações de pontos. Assim, podem-se designar combinações de pontos para todas as letras e para a pontuação da maioria dos alfabetos. Vários idiomas usam uma forma abreviada de braille, na qual certas células são usadas no lugar de combinações de letras ou de palavras. Algumas pessoas ganharam tanta prática em braille que conseguem ler até 200 palavras por minuto.
WikiCommons
As primeiras dez letras só usam os pontos das duas fileiras de cima.
Os números de 1 a 9, e o zero, são representados por esses mesmos dez sinais, precedidos por um sinal especial.
As dez letras seguintes acrescentam o ponto no canto inferior esquerdo a cada uma das dez primeiras letras.
As últimas cinco letras acrescentam ambos os pontos inferiores às cinco primeiras letras. A letra w é uma exceção porque foi acrescentada posteriormente ao alfabeto francês.
As combinações restantes, ainda possíveis são utilizadas para pontuação, contrações e abreviaturas especiais. Estas contrações e abreviaturas às vezes tornam difícil a aprendizagem do braille. Isto acontece especialmente no caso de pessoas que ficam cegas numa idade mais avançada, visto que a única forma de aprender braile é memorizar todos os sinais.