quinta-feira, 19 de novembro de 2009

VIDEOTECA SENSACIONAL: Partido Comunista Obrero Espanhol - PCOE

do blog Ocinematógrapho -


O Partido Comunista Obrero Espanhol - PCOE, possui uma vioteca on line com videos raríssimos, todos disponíveis para serem assistidos on line. Vale mesmo a pena!

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A ecologia do desenvolvimento



 

 




Juarez Guimarães - portal da DS



Como visão de mundo orgânica ao capitalismo, o liberalismo tem limites insuperáveis para ir à raiz do impasse ecológico. A valorização do capital pressiona à mais ampla mercantilização de bens e serviços; a mercantilização cria incessantemente padrões artificiais e predatórios de consumo, ao mesmo tempo em que a busca do lucro incentiva tecnologias agressivas ao meio-ambiente; a crença nas virtudes do mercado cria limites à regulação institucional dessas potências destrutivas inscritas na dinâmica do capitalismo; valores do egoísmo, da concorrência e da dominação minam uma cultura solidária, fraterna e democrática receptiva a um novo paradigma ecológico.
É na crítica às potências destrutivas do liberalismo e de seu paradigma que o maior economista brasileiro, Celso Furtado, construiu o seu conceito de desenvolvimento. Revisitar essa obra é um caminho necessário para contribuir para superar as antinomias entre desenvolvimento e ecologia e vincular o desafio de superação da miséria ao desafio ambiental.
O mito do desenvolvimento econômico, de Celso Furtado, é um livro de exílio, escrito na Universidade de Cambridge em 1973 e editado no Brasil no ano seguinte. Ele traz no centro do seu argumento a denúncia da insustentabilidade ambiental do ciclo de crescimento desatado pelo regime militar.
O pensador brasileiro havia lido, então, o estudo de um grupo de economistas do Massachussets Institute of Thecnology (MIT), chamado “Os limites do crescimento”, no qual se perguntavam o que aconteceria se os padrões de consumo dos países ricos fossem universalizados e reproduzidos em escala global. A resposta dos economistas é que a poluição do meio-ambiente e a pressão sobre os recursos naturais não-renováveis seriam de tal monta que levaria a um verdadeiro colapso da civilização. O que faz Celso Furtado é integrar essa previsão ao seu conceito de subdesenvolvimento, de dependência tecnológica e mimetismo cultural, afirmando que a dinâmica do capitalismo leva à concentração de renda e da riqueza e não à universalização dos padrões de consumo. Mas integrava esse limite civilizacional do paradigma de produção e consumo dominante para uma crítica de raiz do novo modelo de crescimento vertiginoso assistido pelo Brasil de 1970 a 1973, com o PIB sempre aumentado a mais de 10 % ao ano.
Furtado denunciava o padrão de um crescimento chamado à época de “milagre econômico”, que provaria não ter bases históricas sólidas. Chamava, então, de mito essa visão de futuro que assimilava irreflexivamente desenvolvimento a progresso e progresso ao simples crescimento econômico. Faz as perguntas fundamentais: “Por que ignorar, na medição do PIB, o custo para a coletividade da destruição dos recursos naturais não renováveis, e o dos solos e florestas (dificilmente mensuráveis)? Por que ignorar a poluição das águas e a destruição total dos peixes nos rios em que as usinas despejam seus resíduos?”.
Armadilhas
O argumento de Furtado é que o crescimento baseado na concentração da renda e no mimetismo de consumo dos países ricos leva a uma artificial diversificação das mercadorias, conduz à produção preferencial de bens de curta duração, produz, em escala ampliada, desperdício, além de não incorporar o custo ecológico. Ele denuncia a destruição da natureza e das culturas arcaicas ou tradicionais que perecem ou são destruídas em função da homogeneização dos padrões culturais.
É assim que conclui seu livro fundador da consciência ecológica econômica brasileira: “Sabemos agora de forma irrefutável que as economias da periferia nunca serão desenvolvidas, no sentido de similares às economias que formam o atual centro do sistema capitalista. Mas, como negar que essa idéia tem sido de grande utilidade para mobilizar os povos da periferia e levá-los a aceitar enormes sacrifícios, para legitimar a destruição de formas de culturas arcaicas, para explicar e fazer compreender a necessidade de destruir o meio físico, para justificar formas de dependência que reforçam o caráter predatório do sistema produtivo?”. O grande desafio seria o de definir grandes metas sociais e transformar o modelo econômico na direção dessas metas.
Pensando desde a década de cinqüenta o tema do subdesenvolvimento, a partir da crítica ao desenvolvimento desigual do capitalismo, criando um sistema centro-periferia, e ao pensamento econômico convencional, que pensava a superação do atraso na periferia como uma repetição de estratégias de mercado supostamente verificadas no centro, Celso Furtado aliou ao estruturalismo de suas análises uma perspectiva histórica ampla dos acontecimentos. Esse método histórico-estrutural, apto a pensar o movimento das estruturas e o deslocamento de padrões históricos, permitiu que ele escrevesse o clássico Formação da economia brasileira, enriquecendo a narrativa dos grandes pensadores do país.
Essa primeira vitória sobre o reducionismo econômico lhe permitiu analisar que o subdesenvolvimento constituía uma produção histórica de uma economia periférica, heterônoma, marcada pela irracionalidade dos meios e dos fins. Dependência, exclusão, carecimento de verdadeiras instituições republicanas, mimetismo cultural e predação do meio físico vinham juntos. A economia nordestina, formula Furtado, ocupa irracionalmente o agreste e preda na monocultura canavieira as terras férteis. Um plano de desenvolvimento regional deveria permitir formas mais racionais de ocupação, de produção nas terras férteis, de incentivo seletivo à industrialização, de superação dos padrões coronelísticos de dominação, de distribuição de renda e de irrigação dos solos áridos com frutos democraticamente distribuídos.
Desenvolvimento e cultura
O ensaio dos economistas Oscar Burgueño e Octavio Rodriguez, “Desenvolvimento e cultura”, editado em A grande esperança em Celso Furtado (São Paulo: Editora 34, 2001), nos fala de uma segunda vitória contra o reducionismo econômico, já presente desde as origens no pensamento furtadiano, mas que viria a se desenvolver mais plenamente em suas obras dos anos 1978 e 1984, respectivamente Criatividade e dependência na civilização industrial e Cultura e desenvolvimento em época de crise. Trata-se de pensar o próprio paradigma do desenvolvimento à luz da cultura, dos paradigmas culturais que informam as racionalidades e os valores.
Furtado identifica dois processos de criatividade humana: o primeiro diz respeito à técnica e o segundo, aos valores que homens e mulheres adicionam ao seu patrimônio existencial. Este último é definido como um conjunto criativo capaz de ajudar homens e mulheres a se aprofundar em seu autoconhecimento, através de atividades como a reflexão filosófica, a meditação mística, a criação artística e a investigação científica. Assim, o enriquecimento dessa cultura não-material seria um dos aspectos-chave do desenvolvimento.
É por essa superação radical do economicismo que se funda a ecologia do desenvolvimento em Celso Furtado, e ganha corpo, na raiz mesma do seu pensamento, a crítica da “ideologia do progresso-acumulação”.

A farsa das eleições hondurenhas.....


EUA respaldam eleição em Honduras; Brasil e Argentina não

Contraditório com a decisão de seu país de condenar o golpe, o enviado dos EUA a Honduras, Craig Kelly, defendeu nesta quarta-feira (19) a realização da eleição presidencial do próximo dia 29. O respaldo ao pleito aconteceu apesar do rompimento das negociações entre o governo golpista e o presidente deposto Manuel Zelaya. Já os governos brasileiro e argentino declararam que não reconhecerão o resultado das eleições de Honduras a menos que Zelaya seja restituído antes da votação.

"As eleições hondurenhas são uma parte importante da solução para avançar rumo ao futuro", disse, em Tegucigalpa, Craig Kelly, número dois do Departamento de Estado americano para a América Latina, antes de voltar aos EUA. "Ninguém tem o direito de tirar do povo hondurenho o direito de votar e de escolher os seus líderes", disse a jornalistas.

Kelly, contudo, se negou a responder a perguntas da imprensa. Deu tais declarações sem levar em consideração que esse mesmo direito do quel fala foi ignorado justamente pelo grupo que organiza o pleito, e que arrancou do poder o presidente eleito por esse mesmo povo a qeu se refere.

Na semana passada, o embaixador dos EUA em Honduras, Hugo Llorens, já havia defendido a realização das eleições. Kelly esteve, pela segunda vez em uma semana, em Tegucigalpa para novamente se reunir com Zelaya e Micheletti e tentar salvar o acordo intermediado pelos Estados Unidos e assinado por ambas as partes em 30 de outubro.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly, deu mais um sinal de que os EUA estão se afastando de Zelaya ao afirmar que a decisão do Congresso hondurenho de votar a restituição de Zelaya após as eleições, anunciada anteontem, "não contradiz o acordo alcançado para resolver a crise política".

"Como o acordo não estabelece prazos para essa votação do Congresso, realizar a votação em 2 de dezembro não é necessariamente incoerente com o acordo", afirmou Kelly. A posição dos EUA, principal parceiro econômico de Honduras, vai contra à de países como Brasil, Argentina e Venezuela, que têm afirmado que não reconhecerão as eleições do dia 29 caso Zelaya não seja restituído antes. Também se opõe ao posicionamento defendido por organizações como a OEA e a ONU, que condenaram o golpe e exigiram a restituição imediata de Zelaya. 

A postura atual dos EUA, na verdade, apenas explicita o que a dubiedade vista até então colocava apenas no campo da desconfiança: não há interesse real dos norte-americanos na retomada da ordem constitucional, por meio do retorno de Zelaya ao cargo.
 
Em declarações de dentro da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está refugiado há quase dois meses, Zelaya voltou a acusar os EUA de contraditórios. "Sou reconhecido como presidente, dizem que sou o líder democrático, mas [Kelly] está atendendo a decisões do governo que eles não reconhecem", disse o presidente deposto.

Há duas semanas, Zelaya desistiu do acordo, depois que o Congresso, cuja direção é controlada por Micheletti, não votou a sua restituição até o dia 5, prazo final para a criação de um "governo de unidade". O presidente deposto disse que era "inaceitável" indicar ministros para um governo interino chefiado por Micheletti.

O acordo previa que a volta de Zelaya estava condicionada à ratificação pelo Congresso, que poderia pedir consultas a outras instituições, sem estipular um prazo para a votação. Estava claro, contudo, que seu retorno não poderia se dar após as eleições, uma vez que realizar o pleito sob o comando de um regime golpista, ilegal, retiraria sua validade ou significaria dar legitimidade ao golpe.
 
Ontem, a Suprema Corte de Justiça se reuniu para dar seu parecer sobre a volta de Zelaya, mas o teor só deverá ser revelado no dia 2, data estipulara para a a votação sobre o tema.
 
Brasil e Argentina

Os governos brasileiro e argentino declararam, nesta quarta, oficialmente, que não reconhecerão o resultado das eleições de Honduras a menos que o presidente deposto Manuel Zelaya seja restituído antes do pleito.

A declaração conjunta, feita após visita da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao colega Luiz Inácio Lula da Silva, vem um dia após o Congresso hondurenho anunciar que só pretende avaliar a possibilidade de restituição de Zelaya no dia 2 de dezembro, três dias após as eleições.

"[Caso Zelaya não volte ao poder] estará lançado um precedente extremamente perigoso. Este é o consenso de toda a América Latina e Caribe", disse Lula em discurso. Os mandatários também pediram o fim das hostilidades em relação à representação diplomática do Brasil em Tegucigalpa, que abriga Zelaya e correligionários desde meados de setembro.

O documento pede a preservação da inviolabilidade da embaixada e seus ocupantes, assim como a segurança e a liberdade de movimento dos funcionários da missão.

Com agências - www.vermelho.org.br

Viva os 60 anos da Revolução Chinesa

José Ricardo Prieto - blog a novademocracia  

As colossais comemorações feitas pelo atual Estado fascista chinês para comemorar os 60 anos da fundação da República Popular da China pretendiam esconder que a maior população do globo vive, desde o golpe contra-revolucionário de Teng Siaoping em 1976, sob o mais cruel regime de exploração, integrado à economia capitalista e responsável em grande medida pela sobrevida do capitalismo em crise mundial.


Guerra contra a ocupação japonesa
Todos os que hoje se impressionam com a pujança da economia chinesa, com suas taxas altíssimas de crescimento em relação ao restante do mundo, se esquecem que isso se deve à utilização pela burguesia burocrática chinesa de toda a estrutura e conquistas deixadas pelo processo revolucionário que se desenvolveu até a morte do Presidente Mao Tsetung em 1976.
Hoje a China é um país capitalista, com um Estado fascista que impõe repressão e exploração infinitas ao povo. Porém, nada é capaz de apagar a memória da revolução que libertou o povo chinês, marcada pela fundação da República Popular da China em 1º de outubro de 1949. É essa a história que merece ser relembrada.

Nasce o Partido Comunista da China

Sob o influxo da Revolução de Outubro de 1917, na Rússia, cresce o movimento revolucionário dirigido pelo Kuomintang, liderado por Sun Yat-sen, um burguês nacionalista que pretendia realizar a revolução burguesa de velho tipo. Em 1919, eclode o movimento 4 de Maio. Em 1º de julho de 1921 é fundado o Partido Comunista da China. Neste mesmo ano, surge o governo de Cantão, cujo presidente era o líder revolucionário Dr. Sun Yat-sen. Em seguida, operários e camponeses estabelecem uma inquebrantável aliança e começam a desalojar os latifundiários.
O partido de Sun Yat-sen recebe apoio do Partido Comunista da China em 1923. Chiang Kai-shek, jovem militar que retorna ao seu país após concluir estudos na então Federação das Repúblicas Socialistas Soviéticas, assume o comando da Academia Militar de Wampoa, que se constitui no núcleo do exército revolucionário do Kuomintang, em 1924. O Dr. Sun Yat-sen falece em 1925 e Chiank Kai-shek assume o controle do Kuomintang, acirrando-se as contradições entre comunistas e nacionalistas no interior do partido burguês.
Tem início à expedição ao Norte com o apoio entusiasta das massas camponesas, em 1926. Neste mesmo ano, Chiang Kai-shek prende inúmeros comunistas. Em 1927, forças dirigidas por Chu En-lai são destroçadas pelo Kuomintang.
Em 12 de abril do mesmo ano, em Pequim, Chiang Kai-shek trai a revolução. O Kuomintang desencadeia uma violenta repressão, utilizando-se de campanhas de cerco e aniquilamento, de imediato abatendo 5 mil pessoas, entre comunistas e aliados. Chu En-lai é libertado por mediação. Entre maio e junho de 1927, novo banho de sangue contra os comunistas.

Nasce o Exército Vermelho

Em 1928, colunas comunistas lideradas por Mao Tsetung e Chu Teh se fundem em Chingkanshan dando origem ao Exército Vermelho da China. Aqueles dias foram determinantes para que Chu Teh se convertesse em gênio militar e o Presidente Mao no teórico político máximo da revolução na China.
Progridem nas bases de apoio os planos meticulosos de aprofundamento do poder, da economia e da cultura das amplas massas, enquanto Chiang Kai-shek acumulava fortunas, burocracia e treinava tropas reacionárias nas áreas sob sua governança. Em janeiro de 1930, na província de Fukien, o Presidente Mao é reconhecido o líder máximo da revolução na China. Também no início desse ano é estabelecida a organização militar do Exército Vermelho, com efetivos divididos em quatro corpos, somando 30 mil homens.

Hu Yahan, 1946, durante a 3a Guerra Civil Revolucionária contra o Kuomitang
O comitê central executivo do Partido Comunista da China é reorganizado com um conselho militar revolucionário. Antes de terminar o ano, Chu Teh organiza pequenas unidades e golpeia 100 mil soldados de Chiang Kai-chek agrupados em oito divisões que se dirigiam contra as bases de apoio de Hunan e Oyuwan. Chu Teh faz 10 mil prisioneiros.
Acontecem a segunda e terceira campanhas de cerco e aniquilamento, todavia com a vitória do exército operário e camponês dirigido pelo partido comunista. Na terceira campanha, Chiang Kai-shek havia reduzido as forças de Chu-Teh de 30 mil para 20 mil homens, ao mesmo tempo em que possibilitou aos japoneses invadirem Mukden em setembro de 1931. O Presidente Mao declarou guerra ao Japão. Cerca de 20 mil soldados nacionalistas do 28º exército do Kuomintang desertam e ingressam no exército operário e camponês de Mao Tsetung. Em abril de 1932, Chiang Kai-chek dispõe de 500 mil homens para tentar, na sua quarta campanha de cerco e aniquilamento, destruir o exército operário e camponês, recuando todavia em janeiro de 1933.
Uma quinta campanha é desfechada pelo Kuomintang, com assessoramento técnico do general alemão von Seeckt. A campanha se alongou até 1934, tendo Chiang Kai-shek abandonado toda a resistência ao Japão, que se apoderou da Manchúria.

O fraco se torna forte

O Exército Vermelho preparou sua marcha de combates para as montanhas de Shensi, a mais de 10 mil quilômetros de distância, percorrendo uma média de 40 quilômetros por dia.
O I, II e III exércitos dos camponeses se juntaram ao Exército Vermelho e vitoriosamente completaram a Longa Marcha de 25 mil lis*. Desde meados de 1934, esse exército venceu 18 cadeias de altas montanhas, cinco delas cobertas de neve; atravessou 24 grandes rios profundos e tormentosos; doze províncias localizadas em regiões inóspitas, nas quais ocupou temporariamente 62 cidades, chegando a Shensi do Norte em outubro de 1935, onde estabeleceu suas imbatíveis bases de apoio do grande noroeste.

A guerra antijaponesa

Com aproximadamente 35 mil combatentes, o Exército Vermelho defendeu a região compreendida pelas províncias de Kansu, Suiyuan e Shensi. Ao sul de Shensi, 15 mil soldados de Chiang lançavam ataques isolados contra o exército do povo chinês. Por detrás das linhas de Chiang, entretanto, forças japonesas atacaram o Kuomintang. Habilmente, o Exército Vermelho cessou suas hostilidades às desgastadas forças do Kuomintang. Reuniu quadros civis e militares, desenvolveu suas indústrias e agricultura, criou uma escola militar.
Ocupada desde 1931 pelos japoneses, a Manchúria assiste aos reforços imperialistas que chegam ao seu território constantemente até março de 1932, quando — por "mediação" britânica — os japoneses se retiram. O exército revolucionário se expande constantemente, nesse meio tempo. Já ao final de 1936, 100 mil combatentes revolucionários ocupam o norte de Shensi.
Em janeiro de 1937, Yenan foi declarada capital da República Popular da China.
Nankin era a sede do governo do Kuomintang.

O presidente Mao Tsetung durante a Longa Marcha
Após incidentes — criados pelos japoneses para justificar uma série de massacres por eles próprios perpetrados —, a 30 de julho de 1937, o exército imperial japonês ocupa Pekin e, a 13 de dezembro do mesmo ano, Nankin. No mesmo ano, em Shensi, as tropas japonesas são derrotadas em setembro e outubro. Em seguida, elas desencadeiam uma grande ofensiva em todas as frentes. Em 1939, os efetivos sob o mando do Presidente Mao ocupavam largos territórios e neles estabeleciam o poder operário e camponês.
Chiang Kai-shek pretendia que o Exército Vermelho se desgastasse no enfrentamento com o exército japonês, para aliar-se a eles e destruir o exército de operários e camponeses. Mas essas forças revolucionárias obrigaram que justamente o Kuomintang desempenhasse o desgastado papel. O Exército Vermelho se fortalecia para enfrentar ambos os inimigos.
Em 1940, o Exército Vermelho de operários e camponeses contava com meio milhão de homens guiados por uma invencível linha política. Além do mais, bem armados e treinados. A ofensiva contra o invasor foi lançada, de forma intermitente e segura, levando perdas ao exército japonês fascista que somaram 50 mil homens, entre japoneses e chineses obrigados a lutar a seu lado. Ao desastre imperialista, acrescentavam-se perdas de inúmeros pontos fortificados, quilômetros de vias férreas e o domínio político de imensas regiões. Entre 1939 e 40, o Presidente Mao Tsetung torna-se o líder incontestável dos comunistas e do povo chinês.
Em 1941, a Segunda Guerra mundial se generaliza. Nesse ano, o USA lança uma série de provocações contra os japoneses, obrigando-os a atacar a base ianque Pearl Harbor, no Pacífico. Em 1942, 43 e 44, os comunistas ampliam seu raio de ação, gradualmente desenvolvem a produção, o abastecimento de armas e munições. Preocupados com as ilhas no Pacífico, os japoneses dão prioridade à defensiva na China enquanto a saqueiam, pondo em prática as consignas de "roubar tudo, queimar tudo, matar a todos".
O Poder operário e camponês avança. Cresce o Partido e as regiões libertadas. São ampliadas as escolas de quadros políticos e militares. Em 1944, somente no noroeste da China o Poder que abarcava Shansi-Chahar-Hopei incluía 20 milhões de habitantes.

Período da guerra civil

Era 1945. Concluída a Segunda Guerra Mundial, os efetivos do Kuomintang somavam 280 brigadas. Um total de 2,5 milhões de soldados, contando ainda com uma pequena marinha e quinhentos aviões. Os comunistas chegavam a 300 mil soldados, apoiados por 700 mil guerrilheiros. Toda a administração pública de Chiang estava minada pelas forças do povo. Os revolucionários aguardavam apenas a ordem de ataque.
Em 30 de junho de 1946, a guerra civil estava cristalizada. Entre julho e agosto, as forças comunistas pareciam recuar, mas na realidade se fortaleciam entre as massas, criando a possibilidade de todo o povo envolver-se na guerra.
10 de maio de 1947. O exército operário e camponês lança uma estupenda ofensiva por toda a China. Em dezembro do mesmo ano dá-se a mais encarniçada luta de toda a guerra civil, entre os rios Amarelo e o Yang-tsé. Atacando por detrás das linhas inimigas, estabelecendo golpes que dividiam as forças do Kuomintang em fatias menores e frágeis diante de um contingente vermelho esmagador, as forças de Chiang perdem mais e mais abastecimentos e homens.
Em setembro de 1948, um notável dirigente militar que havia iniciado suas façanhas aos 16 anos como ajudante de ordens de Chu Teh dispõe de 600 mil soldados. Com esse contingente Lin Piao se apodera das guarnições e pontos fortificados de Chiang, entre Mukden e Chinchow. Em novembro, as posições de Chiang são esmagadas por sucessivos, simultâneos e intermináveis ataques que avançam em direção ao sul da China.
Quando chega janeiro, o Presidente Mao oferece a paz, que os reacionários do Kuomintang rejeitaram. Mantendo a demanda de paz, o Exército Vermelho, todavia, segue exercendo o domínio da situação e atacando. De nada vale o apoio do imperialismo ianque a Chiang.
Nankim, a capital do Kuomintang, cai a 13 de abril de 1949, Hankow a 3 de maio e Shaoshing no dia 7. Finalmente, em 4 de dezembro, na fronteira da Indochina, 25 mil soldados do Kuomintang se entregam, enquanto Chiang traidor já havia se refugiado desde o dia 23 de abril na ilha de Formosa sob a proteção do imperialismo ianque.
Em 1º de Outubro, o Presidente Mao Tsetung proclama a República Popular da China, na sua capital, Pequim.

Sob o novo Poder

O proletariado revolucionário da China forneceu enormes contribuições à Primeira Onda Revolucionária Proletária no mundo (1848-1976), tendo o pensamento do Presidente Mao como guia — desde a fundação do Partido Comunista da China, em 1921; da criação do Exército Vermelho; do Levante da Colheita de Outono, em 1927; da libertação da China à fundação da República Popular.
De fato, o Presidente Mao estabeleceu a estratégia do cerco da cidade pelo campo; fundou e dirigiu a República Popular e o estilo de democracia nova. Ultrapassando o período enfocado pela ópera, a história da revolução proletária mundial, no curso das lutas na China não só elevou a questão das rebeliões armadas ao nível da teoria militar do proletariado como impulsionou, desde as bases de apoio, uma nova economia, uma nova política e nova cultura.
À frente do Grande Salto Adiante esteve o Presidente Mao; guia da luta contra o revisionismo moderno e contra toda sorte de doutrinas de restauração capitalista; chefe e mando da Grande Revolução Cultural Proletária; estabeleceu a contradição como a lei fundamental da dialética; desenvolveu a tese do capitalismo burocrático — o capitalismo que se desenvolve nas nações oprimidas pelo imperialismo com seus diversos graus de feudalidade.
Ele aprofundou a teoria marxista-leninista do Estado (desde os três instrumentos: o Partido, o Exército e a Frente Única), como a da luta de classes sob o socialismo. No plano da Revolução Mundial, ainda que sob os mais cruéis refluxos, ele esclareceu a questão dos três mundos que se delineiam e da vitória inexorável dos povos sob a hegemonia do proletariado.
Seus aportes jamais foram um conjunto de fraseologias — deliberadas e artificialmente arquitetadas — para atender ao poder de uma elite, ou de um só homem e a servir a uns tantos seguidores que surgem e se vão com o passar dos tempos.
Ao contrário, ele tomou a prática social de milhões e milhões de revolucionários proletários de todo o mundo (das revoluções antecedentes e a parte que lhe coube dirigir) como critério da verdade na busca e na construção de uma nova sociedade livre da exploração das massas e da existência de classes.
 
 
* Li - Unidade de medida chinesa de distância, equivalente a 576 metros.