sábado, 5 de abril de 2008

Milho transgênico da Monsanto é banido da Romênia por falta de segurança

A Romênia é o oitavo país da Europa a banir o cultivo de variedades transgênicas, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polônia

A Romênia é o oitavo país da Europa a banir o cultivo de variedades transgênicas, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polônia



Correio da Cidadania


O governo romeno anunciou no dia 27 de março que vai banir do país o milho geneticamente modificado MON 810 da Monsanto. A decisão é particularmente importante já que o milho é o único cultivo comercial de transgênicos permitido na Europa. Essa variedade é a mesma que foi aprovada em 2007 para plantio comercial no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

A Romênia é o principal produtor de milho da União Européia em total de hectares plantados, com cerca de 3 milhões de hectares cultivados anualmente. Do milho MON 810 foram plantados 300 hectares no país desde 2007, representando apenas 0,01% do total de produção de milho da Romênia.

Com o anúncio do ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Romênia, Attila Korodi, o maior produtor de milho da Europa se tornará livre de transgênicos. A Romênia é o oitavo país da Europa a banir o cultivo de variedades transgênicas, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polônia.

Preocupações sobre a segurança do milho MON 810 levaram o governo romeno a agir. Estudos científicos mostram que o milho MON 810 provoca danos à fauna, solo e saúde humana. Sua toxina embutida, programada para matar uma de suas pragas, entra no solo e provoca danos a minhocas, borboletas e aranhas. Provas de sua segurança para a saúde humana e animal são inconclusivas.

Um recente estudo do professor Gilles Eric Séralini, especialista do governo alemão em transgênicos da Universidade de Caen, encontrou sinais de toxicidade nos órgãos internos de animais alimentados com milho transgênico.

No final de 2007, o Comissário da União Européia para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, usou estudos similares para bloquear o cultivo de outras duas variedades de milho transgênico, parecidos com o MON 810, na União Européia. Ele também fez referências a novos estudos que mostram que a toxina Bt produzida pelo milho transgênico tem efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos.

"Enquanto a Europa proíbe o milho MON 810, da Monsanto, o Brasil está pronto para abrir suas terras a essa variedade transgênica suspeita de causar tantos problemas", critica Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil. "Esse milho foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e autorizada pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), que reúne 11 ministros. Deram às costas para o meio ambiente e à saúde dos brasileiros, privilegiando o agronegócio e uma tecnologia que não consegue comprovar sua segurança".


Contaminação genética

A contaminação de plantações convencionais por transgênicos é um problema sério. Em 2007 apenas, houve 39 novos casos de contaminação em 23 países. Apesar disso, não há padrões internacionais para responsabilizar as empresas de biotecnologia pelos danos causados e perdas financeiras.

O relatório Registro de Contaminação Transgênica 2007 (sumário executivo em português), produzido anualmente pelo Greenpeace e pelo Gene Watch UK, já constatou 216 casos de contaminação genética em 57 países diferentes, desde que as plantações geneticamente modificadas começaram a ser feitas comercialmente (em 1996). (Correio da Cidadania)

Escolas não garantem a segurança de suas alunas

Adital

O relatório "Escolas seguras: o direito de cada menina", apresentado pela Anistia Internacional, revelou que os governos estão falhando com as meninas no mais básico: o direito de ir à escola de forma segura. Em todo o mundo, meninas enfrentam perigo no caminho para o colégio, ao chegarem lá e, até mesmo, dentro das salas de aula.

"O fato de que (os governos) não resolvem o problema da violência contra elas nas escolas é inaceitável", disse Widney Brown, diretora geral da Anistia. As escolas são espaços em que o governo tem responsabilidade direta, pois estão sob sua direção. Por isso, a Anistia pede que os Estados deixem de ficar apenas no discurso e partam para ações concretas.

A violência está onipresente nas instituições educativas e no entorno delas, as meninas têm que conviver com ameaças, intimidações e o real perigo de serem agredidas sexualmente. Segundo o documento, as meninas que pertencem a determinados grupos, como minorias étnicas, lésbicas ou portadoras de necessidades especiais, correm mais perigo que as outras.

"Nas escolas, muitas meninas sofrem violência psicológica, perseguição escolar e humilhação. Algumas recebem agressões ou golpes em nome da disciplina. As meninas sofrem ameaças de agressão sexual de outros estudantes, escutam como professores lhes oferecem notas mais altas em troca de favores sexuais, e inclusive são violadas na sala de professores", disse o Informe.

No Haiti, a população foi quase unânime em opinar que a violência nas escolas é um fenômeno generalizado, mas que raramente se tem informação sobre ele. As crianças do país - incluído os meninos - enfrentam castigos corporais, castigos com varas e cabos elétricos; são obrigados a ficar de joelho no sol; não recebem alimentação. As meninas sofrem ainda abusos sexuais e maus tratos psicológicos. Esse problema afeta especialmente as escolas em conflito.

Nos Estados Unidos, 83% das meninas entre 12 e 16 anos sofreram algum tipo de intimidação sexual. Em 2006, em Malawi, 50% das estudantes disseram já terem sido tocadas sem permissão por professores, ou colegas de sala de aula, com alguma intenção.

"As meninas não só sofrem com o efeito da violência em sua saúde física e mental. No âmbito do ensino, a violência pode fazer que abandonem os estudos e percam toda a esperança de escapar da pobreza e da marginalização política", disse o Informe.

Para Brown, a garantia do acesso à educação é a chave para o empoderamento das mulheres. E são elas também que mais sofrem com a as taxas cobradas por escolas públicas - irregulares, pois o direito internacional determina que o ensino primário seja gratuito -, já que os pais tiram-nas da aula antes dos meninos quando falta dinheiro.

A Anistia chama os países a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - um deles determina a redução do número de crianças fora da escola -, mas lembra que para conquistar a igualdade entre os gêneros no âmbito da educação exige um maior compromisso e um esforço imediato.