terça-feira, 3 de julho de 2007

Lou Andréas-Salomé



Lou Andréas-Salomé nasceu em 1861 e morreu em 1937.
Foi uma mulher que exerceu grande influência na vida de grandes homens. Nietzsche e Rilke foram seus admiradores; Freud, referindo-se a ela, disse: “ela é a poeta da psicanálise”. Em 1931, Lou Salomé escreveu esta Carta aberta a Freud, associada aos festejos da data de aniversário do mestre da psicanálise, que na ocasião completava 63 anos.

A autora tinha por Freud uma grande admiração e reconhecimento por suas investigações, mas, apesar disso, não deixou de levantar algumas interrogações a Freud. Neste texto Lou Salomé coloca como interrogação a relação entre o processo criador e analítico e, o inverso, a teoria freudiana da criação artística.

Para Lou, que antes de mais nada se afirmou como uma escritora e não como analista, a vida de cada paciente deve ser vista como um romance. Interessante torna-se acompanhar esse mergulho da autora, que se aprofunda nos segredos e mistérios da vida.
Copiado de:AmigosDoFreud

Rita Lee - Acústico MTV



Rita Lee - Acústico MTV


1. Agora só falta você
2. Jardins da Babilônia
3. Doce vampiro
4. Luz del fuego (with Cássia Eller)
5. Nem luxo, nem lixo
6. Alô! Alô! Marciano
7. Eu e meu gato
8. Balada do louco
9. Papai, me empresta o carro (with Titãs)
10. O gosto do azedo
11. Gîtâ
12. Flagra
13. Deculpe o auê (with Paula Toller)
14. Coisas da vida
15. M te vê
16. Mania de você (with Milton Nascimento)
17. Lança perfume
18. Ovelha negra

Isabella Taviani - Ao Vivo



Isabella Taviani - Ao Vivo


Este é o álbum ao vivo de Isabella Taviani, a cantora e compositora carioca que estourou em 2003 com seu CD auto-intitulado de estréia, chegando ao primeiro lugar nas rádios do Rio de Janeiro. São 14 faixas marcadas por toda a força de sua voz e interpretação, com sucessos como "Foto Polaroid", "Digitais" e "De Qualquer Maneira". Vale a pena conferir!
1. O Farol
2. Preconceito
3. Foto Polaroid
4. Digitais
5. Recado do Tempo
6. Último Grão
7. Castelo de Farsa
8. Atrevida
9. Tem que Acontecer
10. Canção para um Grande Amor
11. Sentido Contrário
12. Medo da Chuva
13. Olhos de Escudo
14. De Qualquer Maneira

Cuba, hora de mudanças

A era Fidel está se esgotando. O projeto natural para a transição é combinar controle político nas mãos do PC com reformas capitalistas, ao estilo chinês. Mas há uma alternativa, que se apóia nos ricos processos de mobilização social da América Latina

Carlos Gabetta


Todo o mundo se pergunta se haverá “transição” em Cuba e se acontecerá antes ou depois da morte de Fidel Castro. Os adversários da Revolução Cubana estão certos de que haverá. Acontecerá segundo as premissas capitalistas e, ao terminar, terá reconstruído o sistema, com todas as suas características clássicas.

Há também os que, como nós, entendem que o capitalismo já deu tudo de bom que poderia e agora só pode oferecer desigualdade, conflitos, destruição e opressão. Para esses, o problema continua sendo propor uma alternativa geral. Afinal, depois da experiência soviética, temos que rever tudo que entendemos por socialismo.

Durante anos, temos insistido em denunciar as agressões exteriores de todo o tipo a que a revolução cubana é submetida. Só a má-fé pode ignorar o papel que ataque e o bloqueio norte-americanos exercem sobre a evolução e o caráter do regime político, os problemas da economia e as recorrentes dificuldades de abastecimento da população.

Mas o final da União Soviética e do resto dos países até agora chamados socialistas, ou a evolução dos que sobreviveram (Vietnã, China), obrigam-nos a observar problemas que nada têm a ver com “o cerco e a agressão imperialista”. São dificuldades inerentes ao tipo de socialismo que se aplicou em diversos países do mundo desde a revolução soviética: regime de partido único, assimilação do Estado pelo Partido, censura e repressão à dissidência e economia centralizada.

Promessas e misérias do "socialismo real"

Como resultado, surgiram ao menos três deformações:

1. Em uma sociedade que se diz sem classes, surge a progressiva formação de uma classe dirigente e/ou “de negócios” introduzida no poder, privilegiada e paulatinamente minada pela corrupção.

2. A onipresença do Partido e seus principais líderes sobre o conjunto da sociedade, a suposta infalibilidade de suas análises e decisões, a redução da teoria e análise marxistas a formulações dogmáticas, a repressão de toda a dissidência, o controle total da imprensa e da educação acabam por eliminar todo o verdadeiro debate de idéias na sociedade. Desaparece a crítica e, com ela, a dialética entre prática e consciência social. Se “é a prática que determina a consciência” [1], essa, produto de tal tipo de socialismo, fica longe do ideal. Estabelece-se, ao contrário do desejado, uma prática da desconfiança e são ocultadas as verdadeiras opiniões, o que acaba por determinar uma consciência cínica e, no fim das contas, reacionária.

3. No plano econômico, os diversos problemas podem se resumir em um aspecto: a produtividade. O socialismo não conseguiu substituir o estímulo do progresso individual, próprio do capitalismo, por outro, de caráter social ou ideológico, capaz de igualar ou superar seus resultados. A economia socialista foi muito menos produtiva que a capitalista em qualidade, quantidade e em qualquer de seus níveis: primário, secundário e terciário. Mesmo que o “socialismo real” tenha tido êxitos iniciais e procurado maiores níveis de igualdade, não pôde sustentar essas vantagens muito tempo – precisamente por não ser capaz de produzir com eficácia. Assim recaiu-se em uma situação de pobreza, agravada pelo aumento das expectativas sociais.

Estes três fenômenos articulam-se uns com os outros, o que multiplica a gravidade dos problemas. Cuba padece claramente dessas três conseqüências do modelo: é um regime de partido único, não existe pluralismo de opinião e a economia está totalmente planificada pelo Partido e pelo Estado.

Consciência crescente da pesada herança soviética

Existe atualmente, entre os dirigentes e intelectuais cubanos, uma forte corrente de opinião que tem muito claro o peso político e econômico “herdado”, por força das circunstâncias, do sistema soviético — assim como a ajuda recebida durante anos da URSS os poupou da fase de acumulação originária de capital. Fontes ocidentais calculam que entre créditos, doações, mecanismos de preços subvencionados e de outro tipo, Cuba recebeu dos países socialistas, em seus trinta primeiros anos de revolução, 80 bilhões de dólares de ajuda — sem incluir o apoio militar. Mesmo reduzindo essa cifra pela metade ou menos, trata-se de uma soma extraordinariamente importante para um país como Cuba. Ao menos, suficiente para seu crescimento. Porém, ao fim da URSS, Cuba descobriu dolorosamente que não havia se desenvolvido completamente [2].

Em honra à revolução cubana e aos seus dirigentes, deve-se insistir que todo esse dinheiro não parou nas mãos de uma burguesia corrupta e espoliadora, como ocorreu sistematicamente nas “democracias” latino-americanas. Em Cuba, foi utilizado para construir hospitais e escolas e para melhorar o nível de vida da grande maioria da população. Também para um generoso esforço internacionalista – não só em dinheiro mas também em todo tipo de solidariedade, até o sacrifício de vidas – dirigido aos movimentos progressistas e revolucionários da América Latina e do Terceiro Mundo.

A prova dessa enorme diferença moral é justamente a maneira com que a sociedade cubana e seus dirigentes saíram com a cabeça erguida da catástrofe econômica que o desaparecimento da URSS significou para eles. Uma catástrofe capitalista muito menor, em termos relativos (como a da Argentina em 2001), deixou o país sem o controle de seus recursos naturais, mais da metade da população na pobreza e um quarto na indigência.

Mas a comprovação de que os dirigentes comunistas cubanos são globalmente honestos e a evidência de que sempre têm contado com o apoio da maior parte de seu povo não elimina os problemas do modelo socialista cubano. Trata-se de questões objetivas, que nada têm a ver com a vontade subjetiva da geração de líderes que iniciou a revolução com a tomada do Quartel Moncada, em julho de 1953, e que ainda continua no poder.

A oportunidade única de uma reforma não-capitalista

Há alguns anos, um amigo cubano me disse: “A perestroika deveria ter começado aqui”. Não lhe faltava razão, já que seguramente Cuba teria menos dificuldades do que a URSS para encarar uma série de reformas estruturais, sob a condição de que os verdadeiros problemas se abordassem de frente, com profundidade e sem esquematismos.

Quem resiste com boa fé a essas mudanças (não os burocratas, fanáticos ou corruptos, que também existem), insiste que seria impossível controlar uma “abertura” em Cuba, devido à proximidade e ao enorme poder dos Estados Unidos. O argumento não é nada desprezível, mas não elimina os problemas assinalados. Também não leva em conta que a conjuntura regional — com a aparição de vários governos progressistas, com projetos de integração conseqüentes e o progressivao enfraquecimento dos Estados Unidos — configura uma ocasião única para uma abertura audaz, que combine maior democracia política com transformações econômicas de inspiração socialista. No fim das contas, o socialismo sem democracia representa uma contradição em si mesmo.

Cuba sobreviveu à brutal queda da URSS porque tomou um rumo muito “capitalista”: investimentos estrangeiros privadas; dupla economia (área dólar e área peso; depois, área CUC); abertura ao capital e à iniciativa privada na área de serviços e outras etc. Foi dessa maneira, com enormes sacrifícios por parte de uma população fiel à revolução e fortes concessões ao ideal socialista, que o essencial do processo foi salvo.

Um problema que diz respeito a toda a humanidade

Mas duas questões continuam de pé. A primeira, histório-política, diz respeito ao destino das revoluções socialistas que sobreviveram à URSS. Dentro de muito pouco tempo, terão desaparecido por completo as gerações que as formaram. No caso de Cuba, será um processo que avançará em direção a uma forma de socialismo ainda a definir? Ou Fidel e seus companheiros haverão sido, no fim das contas, o que Robespierre e os jacobinos foram para a Revolução Francesa: a primeira fase de uma revolução — mas não socialista, e sim emancipadora e, no fim, burguesa e “moderna”?

O segundo, e de enorme interesse para os que entendem que somente avançando até o socialismo a humanidade começará a resolver seus graves problemas, é o tema da produtividade socialista. É e velha disputa teórica que, em Cuba, se deu entre o vice presidente Carlos Rafael e o Che. Os estímulos ao trabalho e à produção devem ser materiais, morais ou uma combinação de ambos? O ocorrido na URSS dá a resposta do que não funciona, mas segue em pauta a necessidade de uma alternativa: como envolver a sociedade na produção socialista sem apelar a estímulos – propriedade privada, competição individual – próprios do capitalismo? Ao fim de vários anos de crescimento sustentável, o problema segue vigente em Cuba, já que o aumento do salário médio supera o da produtividade. Continuar se desenvolvendo dependerá, portanto, de um sensível acréscimo da disciplina do trabalho e da diminuição dos custos de produção [3], que é justamente onde o “socialismo real” falhou.

O tema da produção-produtividade-igualdade não diz respeito apenas a Cuba, mas a todas as sociedades. O paradoxo é que esse é o país que tem mais urgência de que se resolva o problema, e que está em melhores condições de consegui-lo, ajudando os demais a trilhar o caminho. Não seria estranho, e em todo caso é de se esperar, que o povo cubano e seus dirigentes enfrentem o desafio com o mesmo valor, calma e criatividade que assombrou e entusiasmou o mundo inteiro, 48 anos atrás.

Tradução (do espanhol): Gabriela Leite Martins
gabileite89@hotmail.com

Sob o domínio dos bancos

Fiquei abismado ao descobrir que os bancos abocanham uma porcentagem de todas as transações que antes se faziam com dinheiro e hoje se fazem com cartões. Está aí um dos nexos importantes entre a revolução da microeletrônica e a financeirização da sociedade.

Dias atrás, ao comprar um agasalho perto de casa, surpreendi-me com a revelação de que o banco ficaria com 5% do pagamento com cartão. Disse à dona da pequena malharia que, nesse caso, pagaria com cartão de débito. Tanto faz, disse ela, se é de crédito ou débito. Os bancos ficam com 5%. Só as grandes empresas ou as cadeias de lojas conseguem negociar um pagamento menor, de uns 2%.

Fiquei abismado. Então os bancos abocanham uma porcentagem de todas as transações que antes se faziam com dinheiro e hoje se fazem com o plástico? Estava aí um dos nexos importantes entre a revolução da microeletrônica e a financeirização da sociedade. Imaginem ficar com 5% de todas as transações, ou que sejam 3%, sem fazer nada, sem nenhum risco, sem ter que emprestar dinheiro. Só porque a transação passa pelos computadores dos bancos. (nota 1)

Estava explicado porque os bancos ultimamente vêm nos bombardeando com cartões, violando a lei que proíbe o envio não solicitado de cartões, e nos oferecendo brindes e descontos para usar o seu cartão, e não o do outro banco. Ficou explicado o genial truque de colocar no velho cartão magnético de acesso ao caixa eletrônico também a bandeira de um cartão de crédito e a função débito direto em conta corrente.

Devido a esses truques, explodiram as transações com cartões magnéticos no Brasil, somando R$ 23,9 bilhões em maio, um crescimento de 16% em um ano, puxado pelo cartão de débito. Já há nas mãos dos brasileiros 396 milhões de cartões magnéticos que substituem o dinheiro. (nota 2)

Foi pensando nisso tudo que li o importante artigo do Financial Times, traduzido pelo jornal Valor Econômico do último dia 28, em que Martin Wolf proclama o surgimento de um “novo capitalismo financeiro”. Uma nova etapa do capitalismo em que se dá o “triunfo do mundial sobre o nacional, do especulador sobre o administrador, do financista sobre o produtor”.

Martin Wolf argumenta que o volume de recursos financeiros no mundo explodiu de uma proporção de 50% do PIB agregado mundial em 1970 para 330% em 2004. Um estoque em escala astronômica de US$ 140 trilhões. Somente no ano passado os fundos de investimentos captaram US$ 432 bilhões.

O artigo é muito bom, mas deve ser lido com cuidado crítico. Martin Wolf não disfarça sua admiração pela capacidade do capitalismo se transformar. E, ao descrever os mecanismos da globalização financeira, seu raciocínio de repente vira tautológico, atribuindo a explosão no volume de recursos às novas formas que ela toma, tais como novos atores e novas modalidades de aplicação financeira.

Martin Wolf naturaliza os processos econômicos. Isso numa era em que até mesmo mudanças climáticas já são estudadas como resultado da ação humana. E mistura causas com conseqüências. Por exemplo: dá com uma das causas da globalização financeira a desregulamentação dos mercados financeiros. Ora, a desregulamentação, assim como a privatização dos bancos estatais na maioria dos países periféricos, já é o resultado da pressão expansionista do capital financeiro, e não a causa dessa expansão. A primeira etapa da atual globalização financeira deu-se em resposta à limitação dos juros sobre os depósitos nos Estados Unidos, um reforço na regulamentação, e não sua desregulamentação. Assim surgiu o Eurodólar, que o próprio Martin Wolf menciona, sem perceber a contradição do seu argumento. O dólar gerado pela multiplicação de pagamentos intracompanhias, a maioria delas multinacionais norte-americanas, fugiu dos Estados Unidos criando seu próprio mercado extraterritorial e a primeira globalização do pós-guerra.

Também não é rigorosamente verdade que só hoje existe a globalização financeira. A Libra Esterlina era meio de pagamento, de reserva e unidade de valor em escala mundial, quando o Império Britânico dominava meio mundo. O problema é que Martin Wolf não trabalha com o conceito de imperialismo. Não digo a palavra “imperialismo”, fora de moda, mas o conjunto de fenômenos ligados às necessidades de realização de lucros de uma economia em expansão, fora dela mesma. O mais perto que ele chega disso é vincular prosaicamente a globalização financeira à disseminação da língua inglesa pelo mundo (assim Hong Kong, de língua inglesa, e não Tóquio, seria o principal centro financeiro do Oriente).

Mesmo reconhecendo que as maiores fortunas deste processo se formam dentro dos Estados Unidos, Martin Wolf não vincula a globalização financeira à expansão do império americano. Ao contrário, sua tese é a do “triunfo do mundial sobre o nacional”. Um supranacional metafísico e que pressupõe a perda de funções do Estado Nacional numa era em que vemos a ação agressiva de Estados Nacionais tentando elevar sua alavancagem através da estratégia dos blocos econômicos, e não sendo substituídos pelos blocos econômicos. É isso que está na base do fracasso de Doha. Martin Wolf ignora a expansão imperial dos Estados Unidos nos quatro cantos do Planeta, secundada pela Europa.

Daí ignorar o uso do dólar pelos Estados Unidos, como instrumento de expansão imperial, a partir dos empréstimos de guerra, na Segunda Guerra Mundial. Ignora o modo como o governo americano tentou dar sobrevida ao dólar quando sua moeda entrou em crise depois da guerra do Vietnã. Ignora as decisões unilaterais do Federal Reserve, até o extremo da denúncia unilateral do Tratado de Bretton Woods, resultando no colapso de toda a arquitetura do Sistema Monetário Internacional.

Com o fim do padrão dólar-ouro, da necessidade das moedas terem lastro, e da paridade estável entre moedas, estava criada a desordem monetária internacional, necessária à sobrevida de um dólar sem lastro e, ao mesmo tempo, propícia à especulação.

Do rígido padrão ouro, dos tempos do Império Britânico, no qual a moeda circulante valia seu próprio conteúdo em ouro, e a moeda papel tinha lastro de 100% em ouro, caímos no extremo oposto, em que não é preciso ter lastro nenhum, e o câmbio flutua o tempo todo como giram sem parar as roletas dos cassinos. Os principais mercados financeiros de hoje são exatamente os que apostam em variações de taxas de câmbio. Vislumbrando esse potencial, a Reuters e a Dow Jones inventaram nos anos 80 a ferramenta de informática que permitiu ao assinante de serviços de informação financeira fechar uma aplicação no mesmo ato de consulta da cotação. Assim nasceu a roleta do cassino. E o meio de informação sobre virou o próprio mercado.

Martin Wolf não usa a palavra cassino. Mas é como se usasse, ao descrever a forma como “especuladores financeiros ganham bilhões de dólares, não durante uma vida inteira, mas num único ano”. Sua descrição da especulação financeira, que em todo o mundo fez com as rendas migrassem do trabalho para o capital, é excelente. Pena que ele não tenha conseguido explicar de modo mais consistente os nexos entre a acumulação do capital financeiro em escala mundial e o processo simultâneo de expansão imperial dos Estados Unidos.


Notas
(1) É pior que os ganhos de “seignorage”, auferidos pelo Rei e senhores feudais, quando cunhavam moedas para que os súditos realizassem suas transações. A seignorage se dava uma vez só, quando os súditos recebiam as moedas, em troca de bens materiais, como galinhas, cereais, tonéis de vinho e o que seja. O mesmo se dá quando o Federal Reserve americano fornece dólares para algum país se dolarizar (como o Equador) em troca de bens materiais. No caso dos cartões de débito, a seignorage vira uma taxa de serviços se incide em cada transação, eternamente.
(2) Seg. Agência Folha de 28/06/07.


Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é colaborador da Carta Maior e autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).